[Review] House 8x22 - Everybody Dies

De uma maneira trágica e cheia de agonias, os fãs de House M.D. deram adeus ao que possivelmente seria o médico mais mal humorado e louco da TV. Nos últimos oito anos, o Dr. Gregory House nos fez chorar, rir, pensar, entender, assistir e até idealizar. Nos últimos anos, vimos os casos mais estranhos e emblemáticos da medicina, vimos o House sacanear com todo mundo, principalmente Wilson,  seu fiel escudeiro, vimos as alucinações e fantasias dele, até a tentativa de, finalmente, se tornar uma pessoa melhor. Só que infelizmente, houve um final, que trouxe tudo junto um pouco de mais reflexão, choro, riso e entendimento. Não há muito mais o que declarar de uma série que foi tão aclamada ao longo dos anos pelo público e pela crítica. 

Esse último episódio trouxe de volta aos estúdios da serie a atriz Jeniffer Morrison, que interpretava a imunologista Cameron. Trouxe também Olívia Wilde, que já havia re-aparecido no penúltimo episódio, trouxe também Kal Penn (Kutner) e até Anne Dudek (Amber). Tudo começa com o House largado num galpão pegando fogo, com um paciente morto que era viciado em Heroína. Logo nesses primeiros segundos, o médio começa a alucinar com o Kutner. Ao longo dos últimos episódios House esteve lidando com o Câncer do seu melhor amigo e com a possível volta para a cadeia, mais uma vez buscando o sentido das “coisas”.

Não é a toa que todos esses personagens voltaram, obviamente, eles representam todo o passado de do médico mais mal humorado da TV. Agora, House deve contar a si mesmo o que houve com aquele paciente e ainda decifrar seu próprio inconsciente, diante de fatos tão turbulentos que o assolaram recentemente. À medida que o episódio ocorre, uma nova faceta de House aparece. Kutner mostrou ao médico a parte carente que precisava do Wilson e que por saber que logo este morrerá, talvez, também prefira a morte, em um galpão, ainda, pegando fogo. Logo após vem Amber, a “Vadia Manipuladora”, como o próprio House dizia, mostrando a ele a parte mais lógica que existe do cérebro, a parte intelectual que ele sempre se orgulhou. Amber mostra ao House o motivo dele ter se apaixonado pela Medicina, que é o puro enigma! Para ele, resolver um enigma é como se o mundo fizesse sentido e tudo se encaixasse da maneira mais harmônica possível. Isso faz com que ele pense que mesmo o Wilson morrendo, ele ainda terá o Enigma.

Logo após, ele cai um andar abaixo do que estava, encontrando Stacy, sua ex-namorada, que apareceu no final da primeira temporada e ficou até quase metade da segunda em cena. Ela põe em cheque as crenças dele na religião, no amor, na amizade... Esperando que ele reaja de maneira mais emocional e não lógica. Uma conversa interessante entre eles foi:

House: Não podemos basear a vida naquilo que não acreditamos.

Stacy: Mas pode morrer baseado no que não acredita?

Além disso, Stacy o faz pensar em como será a vida sem Wilson e que será bom para ele viver sem o melhor amigo, pois assim poderá encontrar o que há dentro de si mesmo. Logo, House pensa que morrer seria melhor. Neste momento aparece Cameron!

Cameron declara que o ama, como um grande amigo, e diz que ele deveria morrer. Não como uma punição, mas como uma recompensa, afirmando que o médico já havia sofrido demais, feito demais e merecia a chance de desistir. Assim, optar pelo mesmo caminho, sem dor, de Wilson. Aliás, para os que viram a série, a dor de House em sua perna direita foi um de seus maiores problemas ao longo desses oito anos, o que o levava a abusar de medicações como Vicodin. House, porém, não tinha certeza se era isso que queria e defletia do assunto, fazendo Cameron o chamar de covarde, por assumir um caminho covarde.

Greg decide sair do galpão, deixando para trás todas as alucinações e tudo o que ouvira. Quando está preste a sair, uma viga em chamas cai em cima dele e o prédio explode. Com o Wilson e o Foreman em frente deles, vendo a morte do melhor diagnosticador já visto.  Um corpo é achado e dado como o de House. No funeral, todos faziam suas apologias a Gregory, Wilson tentou fazer a sua, mas acabou o chamando de babaca, por tê-lo abandonado de uma maneira egoísta ao ver dele: Chapado e em chamas! Pois House estava naquele galpão porque queria. Ele havia ido lá com o seu paciente viciado em Heroína, porque desejava usar a droga para tirar toda a sua dor.

Alguns instantes, ainda fazendo o discurso de xingamentos ao Médico, Wilson recebe uma mensagem dizendo: Shut Up You Idiot!!! (Cala a boca, seu idiota!!!) Wilson segue a pista e vai até um endereço indefinido, encontrando House sentado numa escada, no meio da rua. O Dr. House havia saído pela porta dos fundos e trocado as fichas dentárias seu e de seu paciente viciado, que já estava morto, desde o início do episódio. Afinal, everybody lies!!! Assim, mesmo destruindo toda a sua futura vida, ele poderia passar os próximos cinco meses ajudando o melhor amigo.

É provável que House tenha compreendido, dentro do galpão, que Wilson havia sacrificado muito em sua vida por ele, casamentos, comida, dinheiro, casa... E estava na hora de retribuir! Assim puderam passar o resto da vida de Wilson em suas motocicletas como mostrou o final.

Ao contrário do que parece, este foi um episódio que seguia aquele mesmo modelo de diagnósticos que House usa. As cenas de alucinação eram intercaladas por memórias desse diagnóstico, que, às vezes, se fundiam à alucinação, pois tudo acontecia na mente do médico, e por cenas de Wilson e Foreman procurando por House. Neste episódio apareceu até o psiquiatra que tratou dele na sexta temporada...

É provável que o final tenha satisfeito a maior parte dos fãs, apesar de não ter sido extraordinário. Sem dúvida, a série deixará muita saudade com sua excelente atuação, suas reflexões divertidas que deixaram os fãs a filosofar e, sem dúvida, pelas melhores tiradas sarcásticas da história da TV. Obrigado Hugh Laurie, nos sentiremos muito a sua falta e a do seu personagem também!!!

Everybody dies...Unfortunately! 

(Por Vinny Barbieri)